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Foto do escritorBianca Gulim

O mercado editorial alternativo

Você sabia que há vida literária além dos best-sellers e das grandes editoras?


Se você é uma daquelas pessoas que quer atuar no mercado editorial, como escritor ou profissional do livro, mas nunca ouviu falar no mercado editorial alternativo, pare tudo para se dedicar à leitura deste post. Afinal, não dá pra atuar num mercado que nem conhece, não é? 



Você certamente conhece o mercado editorial tradicional, aquele dominado pelas grandes editoras e, consequentemente, pelos escritores best-sellers. É nesse mercado que são produzidos os livros que normalmente ganham as vitrines das grandes redes livreiras. Aqui, as editoras ganham dinheiro vendendo livros.


As editoras [do mercado editorial tradicional] ganham dinheiro vendendo livros.


A produção e publicação desses livros é financiado por completo pelas editoras, e os escritores ganham uma porcentagem do preço de capa (valor de venda) de cada exemplar vendido. Dada essa dinâmica, já é de se esperar que as editoras apostem principalmente em originais cujas vendas estão “garantidas”. Por isso, elas dão preferência a escritores já consagrados no mercado. E quem pode culpá-las? Eu é que não! Afinal, investir uma grana alta — sim, produzir um livro com qualidade é caríssimo! — sem saber se terá o retorno necessário para manter o negócio é um grande risco. Algumas delas correm esse risco de vez em quando, mas é bem de vez em quando mesmo. 

Então o que fazem os escritores que ainda não se consagraram no mercado? Eles precisam começar em algum lugar, não é?! Bingo! É aí que entra o mercado editorial alternativo.


A fim de acolher esses escritores no começo de carreira, que ainda não conseguiram realizar o sonho de assinar um contrato com uma editora do mercado tradicional, surgiu o mercado editorial alternativo. Aqui, os papéis se invertem, pelo menos no geral: quem financia a produção e publicação do livro é o próprio escritor. Sendo assim, as editoras ganham dinheiro vendendo serviços editoriais.


As editoras [do mercado editorial alternativo] ganham dinheiro vendendo serviços editoriais.


Se você é um escritor inexperiente, talvez esteja indignado com o que leu acima. Se for o seu caso, já vou logo lhe dar um choque de realidade: a massacrante maioria dos escritores best-sellers, principalmente os nacionais, tiveram de investir na própria carreira no começo de sua jornada nesse mercado tão difícil. Muito provavelmente não será diferente com você. Sério! Coloque o pé no chão, senão você vai continuar sonhando, sonhando, sonhando... e realizar que é bom, nada! 


Mas vamos manter o foco. As editoras que atuam no mercado editorial alternativo são prestadoras de serviços, que cobram para produzir e publicar livros. Quem também tem destaque nesse mercado são as plataformas de publicações digitais, que publicam e-books produzidos por editoras e/ou escritores independentes (aqueles que, em vez de contratar uma editora prestadora de serviço, preferem contratar os profissionais da cadeia de produção e publicação e gerenciar todo esse processo, publicando seus livros sem selo editorial) .


Talvez você esteja se perguntando como esses escritores que pagam para se publicar ganham dinheiro com suas obras. Serei direta: a maior parte não ganha. 

É, meu amigo, você certamente já ouviu que vida de escritor não é fácil, e não é mesmo. Salvo raríssimas exceções, os escritores não ganham dinheiro com seus primeiros livros publicados; se recuperar o valor investido na publicação já se deu muito bem. Mas esse é assunto pra outro artigo. 


Entendeu a diferença entre mercado editorial tradicional e alternativo? Se ficou com dúvidas, não deixe de compartilhá-las nos comentários para eu esclarecê-las. 


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